"Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo"

Paulo Freire

quarta-feira, 20 de março de 2013

EDUCAÇÃO DO CAMPO


A Educação do Campo é uma Política Pública que vem se concretizando no Estado do Paraná e também no Brasil. É uma ação conjunta entre governo e sociedade civil organizada para o resgate de uma dívida histórica do Estado aos sujeitos do Campo. Os modelos pedagógicos vinculavam-se ao mundo urbano, ignorando a diversidade sociocultural e a prática social dos diversos sujeitos do Campo.
     
As Diretrizes Curriculares da Educação do Campo visam motivar os professores na observação e apropriação da riqueza que o campo brasileiro oferece à ampliação dos conhecimentos escolares.

Nesse sentido é necessário se pensar uma educação que respeite e valorize a diversidade humana para que se construa uma sociedade mais digna e justa.

Em Araucária, a Educação do Campo é fundamentada na Legislação que a orienta, nas esferas: federal, estadual e municipal pela Resolução do Conselho Municipal de Educação nº01/2012 (CME) que trata das “normas para Educação do Campo da Rede Pública Municipal de Ensino de Araucária”.

O Plano Municipal de Educação também traz a sua contribuição apontando que a Educação do Campo para o sujeito do Campo se legitima por ser pensada a partir da especificidade do Campo e seus sujeitos. Há uma mudança de paradigma, antes as questões rurais eram desconsideradas e o tratamento dos conteúdos era o urbano.

Porém as Escolas do Campo devem ter uma Proposta Pedagógica que tome por referência do processo educativo a produção da vida no campo articulada com os conhecimentos historicamente acumulados.

Ao que podemos observar, as Escolas do Campo trabalham nessa perspectiva envolvendo o potencial dos alunos e o sentimento de pertencimento associado aos conteúdos das Diretrizes Curriculares Municipais, para desenvolver atividades em todas as áreas do conhecimento.

Segundo Souza p.32: “é importante notar que a característica da Escola do Campo está centrada em três aspectos, sendo: 1) identidade construída no contexto das lutas empreendidas pela sociedade civil organizada, especialmente a dos movimentos sociais do campo; 2) organização do trabalho pedagógico, que valoriza trabalho, identidade e cultura dos povos do campo; 3) gestão democrática da escola, com intensa participação da comunidade” (SOUZA, 2011 p.32).

Assim percebemos que a escola do campo caracteriza-se num contexto das lutas e movimentos sociais ao longo da história e seu trabalho pedagógico deve estar voltado aos sujeitos do campo considerando sua identidade, seus saberes e cultura.

Deve-se pensar que o aluno é essencial na organização do trabalho pedagógico para que a escola do campo forme sujeitos conscientes, participativos, capazes de transformar a realidade em que vivem, para melhor, sendo esta a realidade do Campo.



Referências:
- Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná SEED 2010;
- Plano Municipal de Educação – Araucária Construindo uma Educação com Qualidade Social 2008;
- Diretrizes Municipais de Educação 2012. SOUZA, Maria Antonia de Souza Práticas Educativas do/no CAMPO. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2011.

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